sexta-feira, 4 de janeiro de 2008


O sonho de um sonho

Eu sonhei que sonhava que minha mãe havia morrido. Quando acordei, queria ter perseguido pela casa a existência dela ainda, remanescente. Queria, mas não o fiz.

Por outro lado, não seria eu nessa perseguição pela sua existência, pois ela estava tão viva que seria ridículo o alarma, também nunca foi de mim acordar exaltado. Acordei satisfeito daquele sonho de morte por ter sido tudo um sonho. Olhei para os lados, e lá estava tudo que indicava que eu havia vivido o dia anterior, inteiro. Que eu havia vivido aqueles dois anos sem ela.

Em meu sonho ela se encontrava morta e quando acordei, ela continuava morta. Dois anos morta. Eu teria trocado cada dia desses dois anos para vê-la viva novamente. Um sonho ruim que durava dois anos já, e do qual eu finalmente acordava. Mas não acordei.

Agora já vão seus sete anos que eu sonho esse sonho. A única possibilidade dela estar viva é que minha vida tenha sido uma enorme mentira de sete anos, e mesmo assim, tem dias que eu trocaria. Tem dias que eu aceitaria a troca pela oportunidade de dar mais um abraço, mas sei que cada dia que passa eu me separo mais dela.

Para mim, a morte é a prova da irreversibilidade da engrenagem do tempo. E isso dói!




Um comentário:

Anônimo disse...

Tu acreditas em sonhos e no tempo?
Surpresa ao ver que o desenho era teu.